O AllStar de Maria Antonieta

Quem assistiu ao filme de Sofia Coppola, Maria Antonieta? Talvez você não tenha reparado. Talvez tenha sido muito rápido. Talvez seja uma tentativa de datar o filme em nossa conteporaneidade, já que se refere de fato à época da Revolução Francesa, em 1789. Talvez Sofia apenas quisesse mostrar que é, sim, contemporânea, no sentido conceitual. Não sei. Mas eu A D O R E I. Imagine Maria Antonieta calçando um allstar? O que acha da imagem? Não é muito contemporânea? Não apenas pelo fato da cena conter um artefato de nossa época, mas sim, por essa mistura de ícones e referências de épocas distintas, por essa mistura de culturas. É um filme de época muito contemporâneo. Não acha?

E para completar, trago o doce de Maria Antonieta por Adriana Mendes e seu Blackberry. Diretamente da estrada de Santos, como diria Roberto.

Faz tempo que não posto alguma coisa. Ocupada e descuidada... Mas hoje, inspirada! Minha querida amiga Adriana, também da pequena grande Francisco Morato e que atualmente mora no Moto Grosso, me enviou estas fotos do fotógrafo Carl Warner. Ele usa legumes, frutas, verduras, sementes, cerais, carnes, frios, temperos, doces, brócolis, pães, couve-flor, alface, repolho, batata, couve, feijão, para fazer paisagens bem gostosas. Verdes pimentões que lembram as árvores de Van Gogh e Look Skywalker pode aparecer a qualquer momento por entre as areias do deserto árido dos shitakes. Willem Kalf ficaria invejoso da natureza-morta com natureza-morta do Mr. Warner. Mas tudo parece muito vivo. Quando vir o rio de presunto cru vai saber do que eu estou falando. Divirta-se.

Onde há fumaça há...

Arte.

A fumaça também pode ser matéria prima para arte. Especialmente na fotografia que, eternizando o instante, mostra que estas fugazes formações gasosas presentes em nosso dia-a-dia podem conter imensa beleza.

Elas formam delicadas imagens e emprestam à obra leveza e sensualidade.

Mesmo quando estão no mais comum dos lugares.

A fumaça, me parece, dá uma sensação de etéreo na imagem.

E trabalhada como fractal ela é fantástica.

Na Smashing Magazine você encontra estas e muitas outras. Aproveite!

HQ do século XVIII

Estive trabalhando com William Blake nos últimos 4 meses. Estou apaixonada por ele. É um poeta, pintor e gravador inglês romântico (no conceito artístico, se é que posso falar assim) do século XVIII. A primeira vez que vi uma obra dele fiquei chocada. Século XVIII, a pintura vinha do neoclassicismo, onde tudo tinha que ser uma representação fiel da verdade, da realidade. Nessa época eles pintavam os mínimos detalhes, tudo, tudo, até parecer que o quadro ia sair andando ou coisa assim. Aí vem o Blake e pinta/grava estas coisas. Não parece HQ?

É... Ele também era místico ao extremo. É bem conhecido pelos seus poemas sobre o céu e o inferno. Tinha visões e as pintava.

Ele escrevia seus poemas e ele mesmo os publicava. Escrevia à mão e fazia gravações das ilustrações. Depois pintava em aquarela. A seguir algumas capas dos livros que ele fez.

Então achei que tudo era muito parecido com nossos HQs, Graphic Novels, e coisinhas assim modernas, de nosso tempo. Fui procurar e encontrei um livro do do Neil Gaman, com ilustrações de Charles Vess: STARDUST. O livro que originou o filme. E vejam só que coincidência! As páginas deste moderno HQ do Neil Gaman - o mesmo que escreve Sandman - são muito parecidas com o que há mais de 200 anos atrás Blake já fazia!! Vejam a página título do Stardust.

Compare com as imagens acima dos livros de Blake ... Que tal??

E veja essa página abaixo do livro Europa, uma profecia, de Blake, e compare com a que vem em seguida, do Stardust.

Muda o desenho, mas a idéia é a mesma.

Tenho plena convicção que Charles Vess, o ilustrador de Stardust, conhece bem William Blake.

E você?

Fractais

"Objetos que apresentam auto-semelhança e complexidade infinita, ou seja, têm sempre cópias aproximadas de sí mesmo em seu interior." - extraído do site Fractais - Arte e Ciência. "Arte fractal é a criada utilizando-se funções matemáticas chamadas fractais e transformando os resultados dos cálculos em imagens, animações, músicas ou outro tipo de mídia. Imagens fractais são os gráficos resultante dos cálculos, e animações são seqüências desses gáficos. Música fractal transforma os resultados do cálculo em sons. Geralmente, mas não exclusivamente, utilizam-se computadores para processá-los, devido à complexidade da matemática envolvida" - extraído da wikipedia.

Apesar da racionalidade, estas imagens são inexplicáveis, maravilhosas e deixam uma sensação de que o divino está ali.

Fire Snail_Sven Faulth

Subtle Masking_LaPurr Flamig Eye Spiral_Sven Fauth

Caotic Love_xNight

Alien Sphere_Stefano Menicagli

Buterflies_Keith Mackay

I Sleep Only To Dream of You_Logan Drink

O que bonecos Lego e Bresson têm em comum?

O fotógrafo Mike Balakov fez uma série fotográfica chamada Classics in Lego. São releituras de clássicas cujos personagens são os bonequinhos! Essa abaixo é da famosa fotografia do Bresson, Behind the Gare Saint-Lazare, 1932.

Que tal?

Mike Balakov

Bresson

Fauna

Através do Coisa Semanal tive contato com este fotógrafo norueguês, Rune Generiussen.

É como se as luminárias fossem animais da floresta, à espreita numa noite sem luar... Ou, como li no Coisa, os telefones fossem leões marinhos a tomar seu banho de sol à beira mar.

Sampa

Vista do Terraço Itália

Vila Madalena

Nossa Senhora do Brasil

Pinheiros

Estação da Luz

Graffiti

Reconheceu os lugares? A maioria de nós, que vive ou viveu aqui em São Paulo, já se deparou ao menos uma vez com algumas destas imagens. O beco colorido da Vila Madá, A Estação da Luz (onde passei grande parte da minha vida num ir e vir sem parar!), o escadão da Cardeal, ou mesmo num fim de tarde no bar do Terraço Itália.

Estas fotos fazem parte do ensaio São Paulo, do premiado fotógrafo Claudio Edinger. Ele nasceu no Rio mas vive em Sampa. Suas fotografias foram exibidas nas maiores revistas do mundo e ele recebeu grandes prêmios da fotografia mundial.

Abaixo deixo uma foto minha que dialoga com esta última dele.

Nossa Senhora